quinta-feira, 22 de abril de 2010

Filhos de desaparecidos?

Os filhos adotivos da dona do Grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble, publicaram hoje uma carta em vários jornais argentinos e desataram novamente a polêmica sobre a verdadeira identidade deles.

Para quem não conhece a história, Marcela e Felipe foram adotados em 1976 e a justiça investiga se a adoção foi realizada de maneira regular ou, se na verdade, os pais deles foram desaparecidos durante a última ditadura militar argentina.

Para terminar com esta dúvida, duas famílias argentinas entraram na justiça e estão pedindo que eles realizem um exame de DNA. Em 2003, Ernestina Noble chegou a ser presa, acusada pelo juiz Roberto Marquevich de falsidade ideológica na documentação de adoção dos seus filhos.

Atualmente, o caso parece ter se transformado em mais um elemento da guerra declarada entre Clarín e o governo kirchnerista.

Na carta publicada pelos dois jovens, eles afirmam que se sentem maltratados e não querem ser mais lastimados. E asseguram que nunca tiveram um indicio concreto de que poderiam ser filhos dos desaparecidos.

“Mesmo que nada indique que somos (filhos de desaparecidos), em 2003 aceitamos voluntariamente fazer os testes genéticos, porque entendemos a incerteza e a dor das pessoas que estão procurando seus familiares”.

Marcela e Felipe realizaram os testes em uma instituição privada, mas o que a justiça pede é que as analises dos DNAs sejam feitas no Banco Nacional de Dados Genéticos.

A presidenta da Associação Abuelas de Plaza de Mayo, Estela de Carlotto, lamentou a carta e afirmou que não encontra no texto a “voz dos jovens”.

No final da tarde de hoje, o canal de noticias do Grupo Clarín, TN, publicou um vídeo com os dois irmãos. Que nada mais é que uma leitura da carta. A atitude causou mais polêmica, já que muitos alegaram que foi um claro recurso dos advogados que tentaram apelar aos sentimentos dos telespectadores.






Qual a sua opinião?

Um comentário:

  1. Nossa! A que ponto chegou esse caso, hein?
    Interferência política (e sensacionalista) em caso tão familiar é pilantragem na certa.
    Ou não?

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