terça-feira, 30 de março de 2010

Roupas de segunda mão: uma boa pedida




Escondida no fundo da Galeria Promenade, localizada na Av. Alvear, no bairro Recoleta - um dos mais ricos da cidade de Buenos Aires- uma loja de roupas passa quase despercebida.

Na contra mão dos shoppings e comércios que invadiram as vitrines com anúncios de liquidações, esta loja mantém a fachada limpa. Ou melhor, quase limpa, se não fosse um pequeno adesivo que diz: por favor, seja feliz. Um convite ao consumo em tempos de crise, mas com uma particularidade: lá é vendida apenas a chamada roupa vintage. São peças de grifes internacionais usadas, de temporadas e décadas passadas, que saem pela metade do preço.

Lugares como o escondido Vintage BA voltaram a ser bastante buscados, já que os consumidores se animam, cada vez mais, a encontrar uma nova forma de fazer compras gastando menos ou então de ganhar dinheiro com o que não usam mais.

“A crise nos beneficiou já que os preços são muito bons para quem procura roupa de grife, de qualidade, o que falta muito no mercado argentino. Muitas pessoas que precisam de dinheiro trazem muita roupa pra vender, recebemos peças todos os dias. Entra muito e sai muito”, conta Maria Raena, a dona do Vintage BA.

Enganam-se os que imaginam que as roupas deste tipo estão todas amontoadas e com aspecto de velhas. Todas estão organizadas nos cabides e seguem, como nos lugares tradicionais, as estações do ano.

As bolsas Chanel e Louis Vuitton são as mais procuradas. Podem chegar a custar 400 dólares, contra os 3.500 dólares que valeriam se fossem nova, ali pertinho mesmo, nas lojas de marcas da Av. Alvear, conhecida como “5ª avenida portenha”.

O perfil e a atitude da clientela é uma mescla da mais variada. Inclusive, algumas senhoras grã finas e refinadas ainda não aceitam a idéia de serem vistas comprando vestuário de segunda mão. “Tem gente que tem preconceito e vergonha. Então chegam e sobem ao segundo andar, que é mais escondido. Muitas pedem para o motorista trazer as roupas que querem vender”, diz Maria.







A alguns quarteirões, está outro vintage: Juan Pérez. Um dos primeiros do ramo, na cidade de Buenos Aires. Com mais de 20 funcionários, a loja possui muitas variedades. Inclusive existe uma área VIP, que fica separada em uma sala trancada e supervisionada por um dos vendedores. Lá ficam guardadas fileiras de vestidos de noivas, roupas de marca, casacos de pele, óculos de sol ,entre outros. Uma das peças “tops” é um vestido de Nina Ricci que custa 5 mil pesos, cerca de 2.500 reais.
Mas este vintage tem roupas de 5 pesos também, já que a loja vende roupas usadas de marcas econômicas.

Um dos públicos que cresce no setor, segundo Paulette Silby, dona do Vintage Juan Pérez, é o joven, já que adora misturar o antigo e o moderno. “Eu gosto de inovar, comprar coisas diferentes, mas não posso mentir que também venho aqui pelo preço baixo”, confessa a estudante de desenho de Moda, Flávia Garcia.


Se bem o vintage não é tão popular no país, Silby acredita que é um mercado em expansão. “Em vários países do mundo é um negócio. Se necessita tempo para armá-lo e cuidar-lo. Imagina o tempo que a gente gasta para arrumar tudo, as peças de roupas são todas diferentes e mais de 30 pessoas por dia entregam roupas para vender”, afirma.

Quer conhecer?

Vintage Juan Pérez :Marcelo T. de Alvear, 1.441 .

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